Especialista lembra possíveis doenças bucais podem causar problemas em outras partes do corpo, até mesmo no coração
O medo da contaminação pelo coronavírus está afastando pacientes de consultórios odontológicos. Com a pandemia, as pessoas procuram cada vez menos esse serviço essencial e isso pode custar caro. O administrador de finanças Luciano Reis, de 68 anos, relata que costuma marcar uma consulta no dentista a cada seis meses. Mesmo fazendo parte do grupo de risco, ele conta que não sente medo de contrair a Covid-19 no consultório e prefere manter a rotina de cuidados. “Nesse período eu tive uma urgência que foi uma inflamação de canal, ela [dentista] me atendeu. Mas normalmente tenho um período de quatro a seis meses que faço avaliação para ver se não tem nenhuma cárie, faço uma limpeza. Sei que estou abrigado e vou muito tranquilo sabendo de todos os cuidados que tem na medição de temperatura, não aglomerar na recepção.”
A cirurgiã dentista Loriene Galacini tem um consultório em Campinas e atende também em São Paulo e conta que o movimento caiu quase 50% durante a pandemia. Mesmo assim, ela lembra que é muito importante antecipar qualquer problema bucal, que pode passar para outras partes do corpo, inclusive o coração. “A prevenção da odontologista sempre foi tudo, prevenção de doenças da gengiva, cáries e a saúde começa pela boca. Um simples sangramento na gengiva já é o indício de uma inflamação e isso tem que ser olhado com carinho, porque 40% da origem de endocardites bacteriana, que é uma bactéria que se aloja na parede do coração, é dentária”, explica. Segundo Loriene, a visita periódica ao dentista – pelo menos a cada seis meses – é necessária, mesmo sem sinais de dor ou desconforto visíveis na região bucal.